VOLTAR PARA VENCEDORES
Melo e Castro / 2016

Célia Cruz

Célia Cruz

Célia Cruz

Melo e Castro 2016

PROJETO

INSPIReD - Disfunção da bexiga após lesões vertebromedulares: identificação dos mecanismos de aparecimento e manutenção da hiperatividade neurogénica do detrusor e dissinergia detrusor-esfincteriana

INSTITUIÇÃO PROPONENTE

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

INSTITUIÇÃO ENVOLVIDA

Neuro-Urology, Spinal cord Injury Centre and Research, University of Zurich

RESUMO DO PROJETO

As lesões vertebro-medulares (SCI, do ingês spinal cord injury) são a causa mais frequente de perda de função neurológica em indivíduos em fase de vida ativa. Os segmentos cervicais e torácicos altos da medula espinhal são geralmente os mais afetados devido a flexões ou rotações abruptas da cabeça, pescoço ou torso. Estima-se que, pelo menos, 2 milhões de pessoas vivam com SCI. A gravidade da perda de função varia de acordo com a área da medula afetada mas o controlo da bexiga é perdido na maioria dos doentes, que desenvolvem incontinência urinária. Esta surge devido ao desenvolvimento de um padrão anormal da atividade involuntária da bexiga designado por hiperatividade neurogénica do detrusor (NDO, do inglês neurogenic detrusor overactivity) e caracterizada por excessiva contractilidade do músculo da bexiga. Muitos dos doentes SCI também desenvolvem disfunção vesico-uretral (DSD, do inglês detrusor sphincter dyssynergia; perda da coordenação entre contrações vesicais e relaxamento do esfíncter), uma situação muito perigosa por gerar pressões intravesicais elevadas que podem causar graves lesões no trato urinário superior e falência renal. Assim, a DSD é o primeiro alvo de tratamento. Uma vez controlada, a qualidade de vida surge como ponto crítico para estes doentes para quem readquirir o controlo da bexiga é uma prioridade importante. O constrangimento causa pela perda do autodomínio miccional pode levar os doentes SCI a abandonar a fisioterapia, faltar a consultas médicas e a evitar o convívio social. Assim tratar a NDO e incontinência urinária associada assume uma importância extrema. As terapias atuais têm por objetivo preservar a função renal, estimular a continência urinária e promover o esvaziamento total da bexiga durante a micção. Apesar de avanços recentes, nenhum tratamento é totalmente eficaz. Tal se deve ao nosso conhecimento ainda incompleto dos eventos que ocorrem na medula espinhal que levam ao aparecimento da NDO e DSD. Assim, neste projeto investigadores das ciências fundamentais e clínicos juntam esforços para desenvolver uma abordagem terapêutica mais eficaz. Propomos melhorar o tratamento atual de excelência (injeções no detrusor com toxina botulínica A), aplicando-o numa fase mais precoce da doença, e esclarecer mecanismos moleculares associados à emergência da incontinência urinária e problemas associados do trato urinário.

EQUIPA

> Francisco José Miranda Rodrigues Cruz
> António Avelino Ferreira Saraiva da Silva
> Ana Cristina Martins Pinto Coelho
> Tiago Vieira da Conceição Antunes Lopes
> Raquel Leal Monteiro Mano de Oliveira
> Thomas M. Kessler
> Martin E. Schwab
> Marc Schneider